sábado, 29 de maio de 2010

O tempo.

Talvez o melhor a fazer fosse esquecer. O mais saudável.
Então saiu pela rua, a fim de se distrair. Tentava não pensar em nada, mas quanto mais tentava, mais pensava, e mais doía. Tudo agora era em vão: seu amor, seu tempo, suas preocupações. . . PREOCUPAÇÕES... antes era tão banais, agora ela tinha um dilema. Costumava usar uma mascara, mas já estava cansada de estar feliz o tempo inteiro, se por dentro era um verdadeiro campo de batalha. Já fazia muito que jogara a mascara fora.
Era bom não fingir, mas ser ela também doía. Porque quando ela voltava ao seu real se deparava com ele. Fingir que estava tudo bem funcionava, até ela o encontrar e se lembrar que não, estava bem longe de estar tudo bem. Ignorá-lo talvez fosse melhor, enquanto estava o vendo. Assim, quem iria pra casa pensando no qe estava acontecendo seria ele, não ela. Ou pelo mesmo era assim que ela gostaria que fosse. A verdade era que ao se distanciar dele, se sentia ainda pior, por ter sido tão fria.
As vezes pensava, se eu ao menos tivesse outro, se tivesse alguém qe se importasse. . . mas não tinha, e ela já estava cansada de viver por suposições. Ela qeria um sinal, um único sinal. Isso não podia ser normal. O que ela sentia não era normal. O que houve entre eles não foi normal.
Já havia andado bastante, mas não se importava. Gostava de pensar. Não a levaria a nenhum lugar, a não ser ao passado, mas talvez fosse lá qe ela gostaria de estar, presa num passado perfeito. Talvez nem tão perfeito havia sido. Ela deveria ter percebido que era errado, que tinha algo errado naquilo. Mas agora não adiantava nada, chorar, debochar, ignorar, sorrir, mascaras, mascaras e mais mascaras. E ela havia se perdido no meio de tantas mascaras.
Talvez ela exigisse demais das pessoas. . Mais do que elas poderiam dar.. Mas ficar se culpando não adiantaria, afinal, ele também havia feito.
Já era noite, resolveu pegar um metrô e voltar pra casa, antes que ficasse muito tarde. Agora a única coisa qe fazia era pedir. Se afinal, havia alguma força maior, que ela a ajudasse, ela qeria apenas um sinal. Ela só qeria saber disso. Se tivesse a certeza, lutaria. Se eles fossem ficar juntos, qe fosse pra valer. Se não, qe ele nem ousasse voltar dizendo que foi só um erro. Mas era tudo o que ela precisava: de respostas, de um sinal.
Descendo do metrô, parou num bar. Ao entrar ouve a musica. Aquela musica que há um tempo ele havia cantado pra ela. Aquela musica em que ouviram pela primeira vez abraçados, cuja letra dizia apenas que tudo ia ficar bem. Não precisou de mais nada, apenas olhou aos céus e fez um gesto, agradecendo. Pegou uma bebida e foi embora, murmurando algo sobre o tempo ser a resposta pra tudo.

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