domingo, 19 de junho de 2011


- Alô?

- Oi! - disse uma voz familiar - É o Will.

Ela tentou imaginar de onde ele poderia estar ligando. Parecia haver um eco atrás dele, similar a de aeroporto.

- Você acabou de sair do avião? - ela perguntou.

- Não. Voltei há alguns dias, Porquê?

-O som está estranho - disse, sentindo seu coração apertar só um pouquinho. Ele havia chegado há alguns dias; mas só agora tinha ligado.- E como foi na Europa?

- Foi muito bom, na verdade. Minha mãe e eu estamos nos dando melhor do que eu esperava. Como vai Jonah?

- Ele está bem. Está melhor… ainda é difícil.

- Sinto muito - ele disse, e ela ouviu o eco novamente. Talvez estivesse na varanda da casa dele. - O que mais tem feito?

- Eu fiz uma audição em Juilliard, e acho que fui muito bem..

- Eu sei.

- Como você sabe?

- E por que mais você estaria aí?

Ela tentou entender sua resposta.

- Bem, não… é que eles me deixam estudar aqui até o piano do meu pai chegar, por causa da história do meu pai com Julliard e tudo mais. O diretor era muito amigo dele.

- Espero que você não esteja tão ocupada estudando que não possa tirar um folga.

- Do que você está falando?

- Espero que você esteja livre este fim de semana para sair comigo. Quer dizer, se você não tiver outros planos.

Sentiu seu coração sair pela boca.

- Você vai vir para Nova York?

- Vou ficar com a Megan. Sabe como é, ver como andam os recém-casados.

-Quando você vai chegar?

- Vejamos…- dava quase pra vê-lo olhar no relógio. - Aterrissei há pouco mais de uma hora.

- Você está aqui? Onde você está?

Demorou um pouco pra ele responder, quando ela ouviu sua voz de novo, percebeu que não vinha do telefone. Vinha por detrás dela. Virou-se e o viu parado na porta, com o telefone na mão

- Desculpe. Não pude resistir.

(A Última Música)

sábado, 30 de abril de 2011

O que elas querem dizer

Sim = Não.

Não = Sim.

Talvez = Não.

Nós precisamos = Eu quero.

Você decide = A essa altura já devia ser óbvia a decisão certa.

Faça o que você quiser = Vai pagar por isso.

Precisamos conversar = Preciso reclamar.

Claro, vá em frente = Não quero que você faça isso.

Não estou chateada = É claro que estou chateada, seu idiota!

Você é tão másculo = Você precisa fazer a barba, cortar o cabelo, e transpira demais.

Esta cozinha é tão mal dividida = Quero mudar de casa.

Quero trocar as cortinas = e os tapetes, os móveis, a pintura...

Pendure o quadro ali = NÃO, eu disse ali!

Você me ama? Vou pedir alguma coisa bem cara.

O quanto você me ama? = Fiz algo de que você não vai gostar.

Fico pronta num minuto = Tire os sapatos, ligue a TV e procure um jogo.

Estou gorda? = Diga que estou linda.

Eu não estou gritando! = Sim, estou gritando porque acho que isso é importante!

quinta-feira, 31 de março de 2011

Feliz dia da Mentira

Adorava festejar o 1° de Abril. Minha mãe sempre me ensinou a não mentir, e sempre que a desobedecia, era incrível como a verdade sempre chegava aos ouvidos dela. Essa era a data que eu poderia dizer o que quisesse sem o peso na consciência, era livre pra criar minhas fantasias, dizer que passei um mês em Paris e que tinha 2 namorados.

Hoje, só acho meio irônica uma data para mentir. Talvez seja para que pelo menos uma vez ao ano as mentiras saiam com o intuito de depois trazer um sorriso, e não uma lágrima. A brincadeira é legal quando você ainda não provou o gosto da traição, da falsidade. Depois disso você vê que brincadeiras machucam, que as pessoas não são tão boas como você achou que fosse, e que tudo que um dia você acreditou ser verdade, não passou de meras mentiras jogadas ao vento.

Depois que você aprende que meias-verdades são totais mentiras, num mundo tão confuso quanto o de hoje, tempos que não se pode confiar em ninguém, parece ilógica tal afirmação, mas a verdade é a melhor escolha, porque um dia as máscaras caem.

Incrível como as coisas mudaram. É uma data simbólica, que trás diversão, isso eu entendo. O que eu não entendo é como as pessoas prolongam essa data para o resto do ano, 365 dias de mentira. Porque a verdade é que você mente todos os dias. A verdade é que suas palavras afiadas podem ferir alguém, a todo momento. E você não precisa de uma data marcada no calendário para fazer isso.

- Carol Souza

terça-feira, 15 de março de 2011

Prazer

Que mania de julgar a todos, que mania de rotular! Chega um momento que não dá mais pra ignorar, é incrível como as pessoas não se contentam com suas próprias vidas e têm que vir cuidar das nossas também. Mais incrível ainda é como são criados rótulos, estereótipos. Tatuagens, piercings, opção sexual, cor do cabelo e gostos musicais não definem o caráter de alguém.
Prazer, meu nome é Carolina. 15 anos, 42kg não muito bem aceitos, mas não se preocupe, não vou sair voando no primeiro vendaval que vier por aí. Nativa de Escorpião, e nem por isso sou vingativa ou penso cem por cento em sexo. Uma dica para os horóscopos seria colocar mais algumas qualidades para nós. Sabia que os escorpianos também costumam ser bons?
Se estou no meio de desconhecidos, sou a timidez em pessoa, mas estou longe de ser autista. Cresci cercada por garotos, que sempre foram meus melhores amigos, e tenho uma terrível mania de abraçar, mas isso não faz com que eu seja atirada ou vulgar.
Choro em romances e ouvindo músicas, mas garanto que sou mais forte que muito macho por aí. Faço escândalo à toa, sou frágil e me machuco fácil, mas não sou nenhuma fresca como muitos dizem. Não sou nada meiga, às vezes gostaria de ser. Delicada, um pouco.
Estilo? Não sei. Visto de acordo com meu humor, mas não nego que gosto de coisas diferentes. O normal não me atrai, e do comum me repugno. Não me lembro do que comi ontem, minha memória é um tanto falha, mas me lembro perfeitamente de coisas que aconteceram há 11 anos atrás, e de outras coisas que preferiria despejar água sanitária no meu cérebro e esquecer de vez.
Modéstia à parte, sempre tirei boas notas, mas não sou nem um pouco nerd e muito menos uma desprovida de vida social. Ouço desde Nickelback e Paramore à Legião Urbana e Engenheiros, passando por Rosa de Saron e Bon Jovi. Não sou emo, nem revoltada, só eclética. Acho que toco violão, e digo isso a todo mundo, mas a verdade é que só toco uma única música que marcou muito minha vida.
Faço parte de um Movimento Jovem e costumava dar palestras sobre o amor, e sobre esse fato só tenho a dizer que o meu Deus é muito maior que qualquer crítica quanto a isso e que me orgulho por fazer parte de uma Família tão incrível (Família Agnus Dei). Falando de amor, esse já me machucou bastante, mas o que tenho a dizer é que ele vale à pena. Às vezes amo tanto que não cabe em meu peito. Já o ódio não, tenho preguiça de odiar.
Me valorizo como mulher acima de tudo, e cuidado ao me tocar, posso morrer de cócegas ou te xingar dizendo que não gosto de contatos físicos, mas isso é devido à TPM (Todos os Problemas Misturados).
Desculpe, só sei escrever sentimentos, mas não, não sou nenhum livro aberto. Pelo contrário, costumo ser complicada. Previsível, mas complicada. A razão por escrever tudo isso eu já não sei, talvez porque esteja cansada dessa sociedade rotuladora e das pessoas me julgando à todo momento. Nunca dei valor à opinião alheia, mas até minha paciência tem limite.
Coisas úteis, coisas fúteis, a questão é que foram umas 50 linhas escritas em vão. Tudo isso escrito não adianta de nada, afinal você irá selecionar as palavras que te chamaram a atenção e criar uma falsa personalidade para mim através disso, como todos nós sempre fazemos. Você sempre irá me ver como quer e nunca como realmente sou.

Grata pela atenção e favor não fazer uma má interpretação de minhas palavras.

Carol Souza

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Após 55 anos juntos, marido e mulher morrem com 1 minuto de intervalo


Santarém - Depois de mais de 55 anos de casamento, marido e mulher morreram praticamente no mesmo momento: com intervalo de apenas um minuto!
Donald Dix, de 85 anos, desmaiou em casa, em Cardiff (País de Gales), e a mulher, Rosemary, de 76, ligou para a emergência. Pouco depois, o marido foi levado de ambulância para um hospital. Quando a abalada Rosemary estava ligando para a filha do casal a fim de comunicar o ocorrido, ela passou mal e morreu na hora. Ela foi encontrada com o telefone na mão. A caminho do hospital, Donald não resistiu e faleceu. Nos atestados de óbito: mortes separadas por um minuto!

"Um não sabia viver sem o outro", disse a consternada filha, Jacqueline, segundo reportagem do "Daily Mail".

Fonte: G1

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Conclusões

Por que será que é muito mais fácil chorar do que rir quando estamos sozinhos? Por que o domingo é um dia tão entediante, que em muitas pessoas desperta o sentimento que angustia? Porque o homem consegue lidar com outros homens, mas não consegue lidar consigo mesmo. Você é capaz de ouvir alguém falar de seus problemas por horas, mas basta um momento sozinho pensando nos seus próprios problemas para tudo desabar. Será que é porque as dores são pessoais demais para serem compartilhadas? Vamos lá, tente depositar toda sua angustia em alguém. Tente em um dia, andando pela rua, deixar em cada pessoa que você esbarra, um pouco dessa dor. A dor simplesmente não vai diminuir. Agora tente sorrir para todos que encontrar no caminho. Tenha a certeza de que pelo menos um desses sorrisos ajudou alguém. A felicidade é abstrata, mas existe. A tristeza não existe, é apenas a falta dessa felicidade. Você fica melhor se alguém te deixar feliz, portanto é a felicidade que entra, e não a tristeza que sai, ela continua aí dentro de você, esperando por mais um momento, por mais uma tarde de domingo quando você pensa: ‘Poxa, que tédio’ e aí começa a pensar em coisas pra te distrair, e aí se depara de novo com uma falta, e aí descobre que na verdade essa falta sempre esteve aí.

E aí de repente eu penso assim: Eu não sei de onde eu vim, eu não sei para onde eu vou, a única certeza que eu tenho é a de que eu existo, que eu estou viva aqui e agora. A única certeza que eu tenho é a do EU. A única coisa que eu sei é que de onde eu vim é para onde vou retornar, e então esse EU vai se transformando lentamente em DEUS, porque você não pode depositar sua dor em ninguém, mas esse Deus pode te tirar de todo o sofrimento. Quantas vezes você já morreu nessa vida? Quantas vezes você já se sentiu vazio, sem razões para continuar? E quantas vezes Deus mandou a você uma pessoa idiota pra te fazer rir no momento que você mais queria desistir? Quantas vezes ele usou o outro pra te mostrar que você vale à pena? Quantas vezes ele te mandou alguém pra te dizer assim: ‘Olha, você não precisa ficar aí mergulhado nessa angustia, é preciso aprender, nem tudo na vida se ganha de graça, e se você não correr atrás dos seus sonhos, quem vai fazer isso pra você?’ E se ao invés de mergulharmos nesse vazio durante as tardes tediosas de domingos, passássemos a olhar em volta, e a agradecer por estarmos tão bem, agradecer por poder abrir os olhos a cada dia? Afinal, que prova de amor maior que essa? Mesmo Deus sabendo o quanto eu errei durante um dia inteiro, Ele me dá um novo dia pra tentar acertar.

Isso é apenas o resultado de uma tarde de sexta-feira tediosa, após uma aula de Historia. Não, eu não fiquei louca. Ainda.

- Carol Souza

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011


"Primeiro, existe a barreira entre a imagem e a linguagem. A mente pensa em imagens, mas para se comunicar com outra deve transformar a imagem em pensamento e depois o pensamento em linguagem. E essa marcha, da imagem para o pensamento e para a linguagem, é traiçoeira. Acidentes acontecem: a rica e macia textura da imagem, sua extraordinária plasticidade e flexibilidade, suas nuanças emocionais nostálgicas, privadas - todas são perdidas quando a imagem é transformada à força em palavras."

- O Carrasco do Amor