terça-feira, 29 de junho de 2010

Palavras



Pensando bem, seria tão bom um mundo em que as pessoas não falassem. As palavras, com frequência, causam desentendimentos, as vezes não expressam aquilo que realmente queremos e causam dor. Pense um pouco: Os filmes seriam mudos, como já foram, e todos entenderiam, como já entenderam; Num restaurante, é possível fazer o pedido apenas apontando para o cardápio; e, no mais, um olhar é suficiente para demonstrar qualquer tipo de emoção.

Será que para mostrar que se tem carinho, ódio, autoridade, bom humor, honestidade, amor, é preciso pronunciar uma palavra que seja? É preciso mais do que um olhar para saber se alguém é sério ou brincalhão?

Sons, sim, mas só os musicais. O barulho do vento por exemplo seria muito bem vindo.

As crianças são um ótimo exemplo de um mundo sem palavras: quando elas não gostam de alguém, na maioria das vezes tem razão, e sem que esse alguém tenha dito qualquer palavra que seja a elas. É só no olho, elas entendem das coisas.

Quando você suspeita que alguém está mentindo, a primeira coisa que diz é: “Quero ver você dizer isso olhando nos meus olhos”. Dificilmente alguém consegue sustentar uma mentira com os olhos.

Um mundo silencioso, em que as pessoas se entendessem apenas pelo olhar, seria mais verdadeiro, mas talvez também fosse impossível, já que as palavras foram inventadas com a única finalidade de esconder os pensamentos, pois é no silêncio das palavras que estão todos os nossos maiores sentimentos.


“Os homens de poucas palavras são os melhores” (William Shakespeare)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A menina que acredita em sonhos (Parte 3)



A ferida feita pelo garoto realmente havia cicatrizado. Mas por mais estranho que parecesse, a garotinha ainda sentia dor. Ela sabia que o ocorrido havia a ensinado muitas coisas, e que agora ela já não era uma garotinha como antes, sabia o que queria e sabia com o que devia se preocupar. Sentia muita dor e com sua nova maturidade sabia exatamente porque doía tanto. A dor que ela sempre sentiu não foi pelo corte. Na verdade o corte mal incomodava, comparando com a dor da perda de um amigo que ela gostava tanto. Ela já não o culpava mais pelo machucado, pois viu que ele se preocupava com ela quando voltou. Mas ela sabia de uma coisa que o garoto mesmo não sabia. Sabia que por mais que o garoto negasse, ele gostava de ficar ao lado dela. E confirmou isso quando voltou. Se ele não se importasse realmente, porque voltaria à cena do crime para ajudar a vitima? Talvez porque ele não tenha a intenção de machucá-la tanto. Ou porque ele não queria se machucar tanto. Porque ele também sabia que uma amiga como aquela ele não encontraria, mas não admitia isso para si mesmo. Orgulho, talvez. Medo, quem sabe? Ou insegurança, por achar que a garota não o perdoaria pelo corte, mas ele mal sabia que o que a garota mais queria era que ele voltasse. A garotinha então começou a vigiar o garoto. Mandava os pássaros atrás dele para ver se estava bem. E quando descobria que ele estava triste, ficava pior anda.

Ela sabia que o garoto estava fazendo o que achava melhor, e já tinha se acostumado a sofrer, mas não conseguia vê-lo sofrer também. Achava injustiça. Se alguém tinha que sofrer, que fosse ela. Até que o garotinho percebeu a falta que ela fazia. Ele não ria mais como eles riam juntos. Ele não brincava como brincava com ela. Ele não se divertia longe dela. Decidiu que iria voltar. Mas voltar assim, depois de tudo feito? Ele resolveu arriscar. Que tal recomeçar tudo? Foi o que propôs para a amiguinha. Ela, nem ouviu o que ele disse, ficou tão feliz quando o viu que não via sem ouvia mais nada, só olhava ele e não acreditava que ele realmente tinha voltado. A ferida, nem marcas haviam deixado, sumira completamente. A garota às vezes sentia uma dor ao pensar que o garoto poderia ir embora a qualquer momento novamente. Mas acreditava que ele ficaria. Agora ela acreditava nele. E tinha a certeza de que estava bem melhor ao lado dele.

Continua. . . (?

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A menina que acreditava em sonhos (Parte 2)


Mas um dia, ao se encontrar com ele, ela sentiu uma dor como nunca havia sentido antes, nem quando ele a cortou, nem quando a deixou. Mais forte que tudo. E o corte ardia, ela chorava de dor como nunca antes. E ele foi embora de novo, deixando-a gritando de dor, e disse: “É para o seu bem”. A garota ficou deitada no chão, até que a ajudaram a ir para casa. E ela dormiu. Rápido demais para quem sente uma dor tão forte, mas ela estava cansada. E tão rápido quanto o sono veio, a dor cessou. Quando ela acordou sentiu que a dor tão grande havia parado. A ferida enfim estava cicatrizando, rápido demais. E a garota ficou sem entender, como podia ela estar bem, depois de uma dor tão forte sentida há tão pouco tempo? A única dor que restara era de pensar que o menino não iria mais voltar. E ela sem entender. Até que um dia ela percebeu o que tinha feito sua dor aumentar tanto, e horas depois cessar quase completamente. O garoto tinha voltado apenas para passar merthiolate na ferida que ele tinha provocado, para acabar de vez com o sofrimento da menina. E depois disso foi embora. Porque ele fez isso? Simplesmente porque para ele, eles não podiam ficar juntos. Se a ferida realmente cicatrizou por completo? Ela não fazia idéia.

Continua. . .

sábado, 19 de junho de 2010


Nem sempre um sorriso é verdadeiro, nem sempre as escolhas são corretas, nem sempre as pessoas que escolhemos permanecem ao nosso lado, nem sempre os sonhos se realizam, nem sempre opiniões são aceitas, nem sempre fazemos o que queremos. Não vivemos exatamente o que sonhamos, vivemos o que cativamos, o que nos foi guardado, o que merecemos. Muitas vezes sofremos quando esperamos algo de alguém; e o ideal é não esperar nada de ninguém, é se surpreender com cada ato, cada inesperado tão esperado ocultamente. Esquecemos que temos o direito de errar. Todos nós somos felizes e para todos nós o sol continua brilhando. Deveríamos aprender a perder. Deveríamos viver e aproveitar o que nos foi oferecido, sem mais demais, e apesar de todos os pesares.

Porque a sua felicidade é você quem faz.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A menina que acreditava em sonhos (Parte 1)



Bom, eu tenho uma historia mais ou menos pronta aqui ja faz muito tempo, e resolvi postar. Vou postar cada capitulo em um post, algumas pessoas não irão entender, mas pra bom entendedor, meia palavra basta (: entendam como preferir, espero que gostem.

Era uma vez uma garotinha muito feliz. Certa vez ela estava passeando quando encontrou um outro garotinho. Eles então conversaram e viraram amigos. Todos os dias eles se encontravam para brincar juntos, eram melhores amigos, se divertiam muito juntos. Até que um dia, o garotinho, sem nenhum motivo, fez um corte na menina, um corte longo e profundo, ia do seu ombro até o pulso. A garota ficou sem reação, pois não esperava isso de seu companheiro. Ela não sabia se chorava ou se ria, se corria ou se ficava parada, até que o garoto de repente foi embora. Ela começou a chorar, não entendia porque ele tinha feito aquilo, e o corte sangrava. Ela então juntou suas forças e foi embora. Por longos meses ela não conseguia dormir, o corte incomodava sempre, e ela ficava pensando naquilo. Só doía quando ela se lembrava, mas como se esquece uma ferida desse tamanho? E o garotinho nunca mais voltou. Ela tentava brincar com outras crianças pra se distrair, mas por mais que ninguém notasse, o machucado ainda sangrava muito. Seus amiguinhos tentavam fazê-la esquecer da dor, o que algumas vezes funcionava, mas bastava ficar sozinha por um momento para a dor voltar. Até que depois de longos três meses, ela achou um novo amigo, não como o outro que se fora, mas ele de alguma forma abafava a dor que ela sentia. Ele tentava de alguma forma curar a pequena menina. Todos os dias ele colocava um band-aid em um pedaço do machucado, o que conseguia fazer com que a dor cessasse por um momento. Mas certo dia os band-aids do garotinho haviam acabado, e a dor da garota voltava aos poucos, a ferida não se fechara. Até que um dia o garotinho qe a cortou voltou. E apesar da dor que ele a causou, ela ficou feliz com sua volta. Ele se desculpou pelo que tinha feito, e voltou a ver a garota todos os dias. Eles não brincavam mais, ele apenas a observava, mas a garota ficava feliz por vê-lo, a dor diminuía quando estavam juntos. Mesmo que esse ‘juntos’ não significasse o mesmo pros dois.

Continua. . .

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Felicidade


Talvez, se não tivéssemos o péssimo habito de vivermos em busca da felicidade, enfim seriamos felizes. Que felicidade é essa de que tanto falamos? Esse 'segredo da felicidade' o qual tanto procuramos? O segredo está em cada manhã. Cada dia vazio que nos é dado, e cabe somente a nós fazermos com que ele seja bom ou ruim. Cabe a nós vivermos cada dia procurando problemas ou encontrando soluções. É certo que há dias em que as coisas não vão bem, e é aí que vemos que o que importa não é o que a vida faz com você, mas sim o que você faz com o que a vida faz com você.

Uma pessoa não é feliz, ela está feliz. Felicidade é um sentimento e não um modo de vida, do mesmo jeito que a pessoa não é paz, ela não é felicidade. Porque mesmo aquela pessoa que sempre está feliz, vai ter ao menos um dia em que ela não vai estar bem, estará infeliz.

Quase sempre, a maior ou menor felicidade depende do grau de decisão de ser feliz. E nessa frase ele viu que estava optando pela total infelicidade. Aí então ele viu, que bastava querer para viver feliz. Porque ele não podia mais viver na angustia, esperando que um dia encontrasse felicidade. Porque ele aprendeu que felicidade não é um destino que você busca, mas sim um caminho pelo qual percorre.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

E quando não nos resta mais nada a fazer, devemos fazer o que? Desistir e seguir em frente? Não, isso seria muito fácil. E ela havia tomado uma imensa paixão por desafios. Mesmo sabendo que poderia ser inútil se esforçar demais, ela apenas seguia seus impulsos, que a faziam seguir em frente. Afinal, já havia desistido tantas e tantas vezes, mas sempre voltava atrás. Uma sina. Como se algo a puxasse pra ele, sempre que ela tentava fugir. Mas não, não havia nada. Apenas sua sede de vencer, sua sede dele. Ela desejava ele. Não, muito mais que isso; talvez ela realmente AMASSE ele. Logo ela, que sempre teve tudo o que quis, tinha todos aos seus pés; ela que jamais entrava em uma luta para perder. Logo ela! Sim, ela havia se apaixonado. Era errado, tudo o que ela queria era exatamente tudo aquilo que ela não poderia ter. Já havia feito de tudo, já havia mudado seu jeito. Não era mais aquela que fazia as outras garotas se sentirem ameaçadas só por um olhar. Ela agora era doce. Todos os garotos dariam tudo para ela apenas dizer-lhes ‘oi’, mas ela não queria nenhum deles. Não se interessava mais por aquele garoto popular de olhos verdes, o disputado líder do time de futebol; e também não queria aquele lindo modelo americano que estava atrás dela desde que chegara. Ela podia ter todos, mas queria apenas um, aquele com um cabelo desarrumado e olhos castanhos, aquele único que nunca demonstrara interesse físico por ela. Aquele que ela chamava de amigo. Ela sempre teve os garotos por curtição, apenas por momentos. Agora ela tinha uma enorme necessidade de proteger ele, de fazer de tudo pra que ele nunca tenha que sofrer, ela queria cuidar dele, e sim, ela queria passar sua vida com ele. Sim, ela havia mudado. E sim, ela não desistiria. Não dá pra chamar de amigo quem se quer por amor. Ela sabia disso, e como. A decisão já estava tomada, mesmo ela sabendo que pela primeira vez ela iria perder uma batalha, ela continuaria; e pela sua absoluta desesperança, seu coração batia mais forte. Afinal, quando não se tem mais nada a perder, só se tem a ganhar.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Olhando Pra Você - Drive


Perco tempo e faço coisas que você parece nem notar
Tantos planos e outra vez eu vou embora sem saber o que falar

Talvez eu seja só um novo amigo
Talvez eu queira te levar comigo
Pra bem longe daqui
Onde nem o céu seja o limite

Esperei o tempo falar por mim
Coisas que eu não sei dizer olhando pra você

Sei que vejo você de um jeito que ninguém consegue enxergar
Tantos planos e outra vez eu vou embora sem saber o que falar

Talvez eu seja só um novo amigo
Talvez eu queira te levar comigo
Pra bem longe daqui
Onde nem o céu seja o limite

Esperei o tempo falar por mim
Coisas que eu não sei dizer olhando pra você. . .