quinta-feira, 29 de julho de 2010


Quem nunca pensou ter encontrado o grande amor e depois descobriu que ele roncava, tinha caspa e não era muito chegado a banho no inverno? Se fosse fácil não teria graça. O importante é não desanimar e, se não foi dessa vez, partir pra outra. Tente declamar seu poema predileto em praça pública e espere alguém completá-lo. Se ninguém se manifestar, saia correndo. Podem ter chamado a polícia. (:

quinta-feira, 22 de julho de 2010


Mas chega, se não houve troca, chega, porque amar sozinho é solitário demais, abandono demais, e você está nessa vida para evoluir, mas não para sofrer.Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz.

- Tati Bernardi

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Férias




Resolvi tirar férias. Mas não é férias de escola ou trabalho. Resolvi tirar férias do que me faz mal. Tirei ferias das preocupações banais, dos sentimentos banais, de todas as coisas banais. Concluí que precisava de descanso; o ódio, a inveja e a dor estavam me cansando muito.

Tô de férias daqueles pensamentos desgastantes que não me levam a nada. Tô de férias daqueles sonhos impossiveis que sempre me consumiam. Tô de férias das preocupações com os erros do passado. Tô de férias do meu passado. Tô de férias do pessimismo que ia me devorando. Tô de férias das preocupações com o que os outros pensam de mim. Tô de férias da inveja, e confesso que to tentando tirar férias até mesmo do meu egoismo.

A gente fica tão preocupado em tirar um descanso de tudo e ninguem se lembra de as vezes tirar férias do que voce era, e dessa vez, sem previsão de 'volta às aulas'. Tirar ferias dos problemas, das preocupações. Se demitir da angustia, do vazio.
Tiramos férias pra podermos ficar à toa e ter mais tempo pra falar que a Maria, que mora do outro lado da rua, se veste mal, ou pra tomar conta do namorado da Laura, que voce jura ter visto saindo com outra. Ou para ficar trancado no quarto, se descabelando porqe você faz tudo errado, mas não move um dedo pra tentar melhorar.

Então eu entrei de férias prolongadas. Cansei de reclamar, cansei de pedir ajuda, cansei de me culpar. Só há uma pessoa nesse mundo que pode fazer algo por mim, e esse alguem sou eu. Não dá pra colocar a cabeça no travesseiro hoje e acordar amanhã outra pessoa. Mas decidi deixar de ser quem eu era. É por isso que me demito de mim.

terça-feira, 13 de julho de 2010


O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença. O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais no cadastro.

- Martha Medeiros

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Contos de fadas



Por que a princesa tem que ser salva por um príncipe? Acho que passei a não mais acreditar em contos de fadas quando vi que a princesa poderia muito bem descer as escadas da torre sozinha. Passei a perceber que todo esse blablabla talvez fosse apenas para iludir que criancinhas que futuramente se tornariam mulheres frustradas por não encontrar seu príncipe encantado. Ou não, talvez isso seja para tentar reconfortar de alguma forma, para que pelo menos em sonhos e histórias, os amores serem assim, perfeitos.

Não que esses amores perfeitos não existam, eu realmente acredito que devem haver alguns poucos casos no mundo de amores assim, de novela. Onde ele não é um vagabundo e ela não está interessada na sua conta bancaria. Onde você pode olhar pros olhos deles e ver que o amor ainda não está extinto desse mundo.

Porque eu devo esperar que um príncipe venha e me salve, se posso eu mesma enfrentar o dragão? Eu sou esperta o suficiente para não comer a maçã, posso controlar minha curiosidade e não tocar no tear, posso fazer meu próprio vestido e construir meu encanto e eles não se acabarão à meia-noite; além de trabalhar para me sustentar e não precisar da riqueza de nenhum príncipe.

A maioria dessas historia ensinam coisas inúteis, passam valores errados. Riquezas, pessoas perfeitas, e sempre há um vilão na história que tenta acabar com a nossa felicidade. Mas nunca paramos pra pensar que podemos estar no papel de vilão na história de alguém. Acredito sim na beleza, mas a interior. Beleza estética acaba. Os valores de uma pessoa não.

Mas de todos os contos, há um que me chama atenção, por trazer a tona uma verdade que eu acredito. A Bela e a Fera. Enfim uma princesa que se apaixona por um homem grosso, feio. Que no final se revela um lindo príncipe. Mas se não levarmos essa ultima parte para o lado fantasioso, aprendemos que as pessoas não são como aparentam, e que a beleza está nos olhos de quem a vê. E como está escrito no final desses contos da Bela e a Fera, a verdadeira beleza está no coração.

É isso que se deviam ensinar nos livros. Ensinar a não esperar que seu príncipe venha montado num cavalo branco, mas sim ir à guerra atrás de um amor. Ensinar que não precisamos esperar que alguém chegue e mude a nossa vida, porque temos força o suficiente para fazer isso sozinhos. E ensinar que o amor não é encontrar a pessoa perfeita. É encontrar a perfeição em uma pessoa imperfeita.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A menina que talvez não acredite mais em sonhos (Parte 4)



E talvez o destino da garotinha seja mesmo sofrer pelo corte que nunca irá cicatrizar.

Ou talvez o garotinho não seja bom o suficiente pra ela e ela mereça amigos bem melhores, que goste dela como ela gostava desse garoto, e que faça ela feliz como ele jamais fez.

Ou então tudo isso serviu apenas para mostrar a garotinha, que não importa o quanto você goste de alguém, o quanto você quer ter alguém por perto, ele só irá te fazer feliz quando você for capaz de ser feliz sem ele.

Talvez seja pra ela aprender a não esperar que o outro venha e a traga flores, mas sim a construir o seu próprio jardim.

Talvez seja pra ela colocar de vez na cabeça que a única pessoa no mundo que pode fazê-la feliz é simplesmente ela mesma.

Talvez agora ela entenda o que é amor próprio, e nunca mais se arraste aos pés de ninguém, porque sabe que é melhor que este que não quer seu amor.

Talvez ela finalmente entenda que o defeito não está nela, mas sim no garoto, que mesmo com tantas chances, a fez chorar tantas vezes, o que mostra que ele é incapaz de fazer alguém feliz.

E talvez agora, se por acaso ele voltar novamente, ela saiba se valorizar, porque então será a vez do garotinho correr atrás e recuperar o que perdeu.

Porque talvez seja isso o que tenha acontecido, ele a perdeu.

Talvez...

Talvez...