quinta-feira, 31 de março de 2011

Feliz dia da Mentira

Adorava festejar o 1° de Abril. Minha mãe sempre me ensinou a não mentir, e sempre que a desobedecia, era incrível como a verdade sempre chegava aos ouvidos dela. Essa era a data que eu poderia dizer o que quisesse sem o peso na consciência, era livre pra criar minhas fantasias, dizer que passei um mês em Paris e que tinha 2 namorados.

Hoje, só acho meio irônica uma data para mentir. Talvez seja para que pelo menos uma vez ao ano as mentiras saiam com o intuito de depois trazer um sorriso, e não uma lágrima. A brincadeira é legal quando você ainda não provou o gosto da traição, da falsidade. Depois disso você vê que brincadeiras machucam, que as pessoas não são tão boas como você achou que fosse, e que tudo que um dia você acreditou ser verdade, não passou de meras mentiras jogadas ao vento.

Depois que você aprende que meias-verdades são totais mentiras, num mundo tão confuso quanto o de hoje, tempos que não se pode confiar em ninguém, parece ilógica tal afirmação, mas a verdade é a melhor escolha, porque um dia as máscaras caem.

Incrível como as coisas mudaram. É uma data simbólica, que trás diversão, isso eu entendo. O que eu não entendo é como as pessoas prolongam essa data para o resto do ano, 365 dias de mentira. Porque a verdade é que você mente todos os dias. A verdade é que suas palavras afiadas podem ferir alguém, a todo momento. E você não precisa de uma data marcada no calendário para fazer isso.

- Carol Souza

terça-feira, 15 de março de 2011

Prazer

Que mania de julgar a todos, que mania de rotular! Chega um momento que não dá mais pra ignorar, é incrível como as pessoas não se contentam com suas próprias vidas e têm que vir cuidar das nossas também. Mais incrível ainda é como são criados rótulos, estereótipos. Tatuagens, piercings, opção sexual, cor do cabelo e gostos musicais não definem o caráter de alguém.
Prazer, meu nome é Carolina. 15 anos, 42kg não muito bem aceitos, mas não se preocupe, não vou sair voando no primeiro vendaval que vier por aí. Nativa de Escorpião, e nem por isso sou vingativa ou penso cem por cento em sexo. Uma dica para os horóscopos seria colocar mais algumas qualidades para nós. Sabia que os escorpianos também costumam ser bons?
Se estou no meio de desconhecidos, sou a timidez em pessoa, mas estou longe de ser autista. Cresci cercada por garotos, que sempre foram meus melhores amigos, e tenho uma terrível mania de abraçar, mas isso não faz com que eu seja atirada ou vulgar.
Choro em romances e ouvindo músicas, mas garanto que sou mais forte que muito macho por aí. Faço escândalo à toa, sou frágil e me machuco fácil, mas não sou nenhuma fresca como muitos dizem. Não sou nada meiga, às vezes gostaria de ser. Delicada, um pouco.
Estilo? Não sei. Visto de acordo com meu humor, mas não nego que gosto de coisas diferentes. O normal não me atrai, e do comum me repugno. Não me lembro do que comi ontem, minha memória é um tanto falha, mas me lembro perfeitamente de coisas que aconteceram há 11 anos atrás, e de outras coisas que preferiria despejar água sanitária no meu cérebro e esquecer de vez.
Modéstia à parte, sempre tirei boas notas, mas não sou nem um pouco nerd e muito menos uma desprovida de vida social. Ouço desde Nickelback e Paramore à Legião Urbana e Engenheiros, passando por Rosa de Saron e Bon Jovi. Não sou emo, nem revoltada, só eclética. Acho que toco violão, e digo isso a todo mundo, mas a verdade é que só toco uma única música que marcou muito minha vida.
Faço parte de um Movimento Jovem e costumava dar palestras sobre o amor, e sobre esse fato só tenho a dizer que o meu Deus é muito maior que qualquer crítica quanto a isso e que me orgulho por fazer parte de uma Família tão incrível (Família Agnus Dei). Falando de amor, esse já me machucou bastante, mas o que tenho a dizer é que ele vale à pena. Às vezes amo tanto que não cabe em meu peito. Já o ódio não, tenho preguiça de odiar.
Me valorizo como mulher acima de tudo, e cuidado ao me tocar, posso morrer de cócegas ou te xingar dizendo que não gosto de contatos físicos, mas isso é devido à TPM (Todos os Problemas Misturados).
Desculpe, só sei escrever sentimentos, mas não, não sou nenhum livro aberto. Pelo contrário, costumo ser complicada. Previsível, mas complicada. A razão por escrever tudo isso eu já não sei, talvez porque esteja cansada dessa sociedade rotuladora e das pessoas me julgando à todo momento. Nunca dei valor à opinião alheia, mas até minha paciência tem limite.
Coisas úteis, coisas fúteis, a questão é que foram umas 50 linhas escritas em vão. Tudo isso escrito não adianta de nada, afinal você irá selecionar as palavras que te chamaram a atenção e criar uma falsa personalidade para mim através disso, como todos nós sempre fazemos. Você sempre irá me ver como quer e nunca como realmente sou.

Grata pela atenção e favor não fazer uma má interpretação de minhas palavras.

Carol Souza