- Alô?
- Oi! - disse uma voz familiar - É o Will.
Ela tentou imaginar de onde ele poderia estar ligando. Parecia haver um eco atrás dele, similar a de aeroporto.
- Você acabou de sair do avião? - ela perguntou.
- Não. Voltei há alguns dias, Porquê?
-O som está estranho - disse, sentindo seu coração apertar só um pouquinho. Ele havia chegado há alguns dias; mas só agora tinha ligado.- E como foi na Europa?
- Foi muito bom, na verdade. Minha mãe e eu estamos nos dando melhor do que eu esperava. Como vai Jonah?
- Ele está bem. Está melhor… ainda é difícil.
- Sinto muito - ele disse, e ela ouviu o eco novamente. Talvez estivesse na varanda da casa dele. - O que mais tem feito?
- Eu fiz uma audição em Juilliard, e acho que fui muito bem..
- Eu sei.
- Como você sabe?
- E por que mais você estaria aí?
Ela tentou entender sua resposta.
- Bem, não… é que eles me deixam estudar aqui até o piano do meu pai chegar, por causa da história do meu pai com Julliard e tudo mais. O diretor era muito amigo dele.
- Espero que você não esteja tão ocupada estudando que não possa tirar um folga.
- Do que você está falando?
- Espero que você esteja livre este fim de semana para sair comigo. Quer dizer, se você não tiver outros planos.
Sentiu seu coração sair pela boca.
- Você vai vir para Nova York?
- Vou ficar com a Megan. Sabe como é, ver como andam os recém-casados.
-Quando você vai chegar?
- Vejamos…- dava quase pra vê-lo olhar no relógio. - Aterrissei há pouco mais de uma hora.
- Você está aqui? Onde você está?
Demorou um pouco pra ele responder, quando ela ouviu sua voz de novo, percebeu que não vinha do telefone. Vinha por detrás dela. Virou-se e o viu parado na porta, com o telefone na mão
- Desculpe. Não pude resistir.
(A Última Música)